Bafejados pelas condições adversas de fome que, na década de 40 do século XX, assolou de forma impiedosa Cabo Verde, os colonos portugueses encontraram na contratação de serviçais cabo-verdianos uma fonte inesgotável de recursos capaz de empreender esta pesada tarefa. Para os desafortunados cabo-verdianos, o contrato representava a esperança e a única oportunidade de fugirem à fome e morte que reinava nas suas terras.
Apesar de cientes do interesseiro aproveitamento da sua situação de desgraça, os cabo-verdianos abraçaram o contrato que lhes foi oferecido, envoltos numa mescla de sentimentos díspares, motivações variadas e sonhos de prosperidade nas terras férteis de São Tomé e Príncipe.
A dura realidade das imagens e as resignadas expressões dos últimos contratados revelam-nos a severa vida outrora vivida em total dedicação à terra que abraçaram como sua e que, mais de quarenta anos depois, afirmam preferir morrer a terem de ficar sem ela.
Nasceu em Aveiro, Portugal, em 1970.
Na década de 90 realiza as suas primeiras viagens a Moçambique. África irá ser determinante na forma como passa a observar e a analisar o mundo. Em 2000, assume funções de diretor de comunicação e marketing num grupo empresarial angolano. Os dez anos que passou entre Portugal e Angola apenas serviram para intensificar ainda mais a paixão que sente pelo continente africano. Coordenou ainda o projeto editorial Executivo Angola, uma publicação especializada sobre a economia angolana. Atualmente, além de trabalhar em vários projetos empresariais ligados à comunicação, é ainda o responsável pela coordenação gráfica e editor fotográfico da revista cabo-verdiana Nós Genti.
A fotografia, além de ser uma ferramenta indispensável em todos os seus trabalhos, é também uma imensa paixão. Fotógrafo humanista e documental, é um apaixonado pela imensa diversidade cultural da humanidade.